domingo, 29 de março de 2015

POEMA ANJO DAS NUVENS



 
ANJO DAS NUVENS 

São do céu imagens
Tentam encobrir o sol
Anjo das nuvens
Ditoso e luminoso farol
Guarda dessas paragens
Que haja sempre arrebol!
Regulando paisagens
Canto; brilho de rouxinol
Servindo esclarecidos homens
 Olhem como a um crisol
O astro-rei brilhe sem miragens
Atravessando, como nota em bemol
Incidindo, brilhado sem clivagens
Formas de éter, amores de Carol
Brilhantes imagens
Jeitos de concha, de caracol
Anjo das nuvens
Cuida do amor e do brilho do sol
Num mundo de honrosos pagens! 

Daniel Costa

sexta-feira, 27 de março de 2015

POEMA ANGÉLICA ANATOMIA

 

ANGÉLICA ANATOMIA 


Mirificas cores, resultam da quadricromia
Visão idílica; diria a um leigo: angélica!
Imaginando a angelical anatomia
Conta fios, para se verificar a réplica
 Interessante policromia
Afinal; quatro cores, não são aritmética
Delas nasce a ilusão, da fotocromia
Assim como a forma angélica é axiomática,
É espírito, não nos é dado sentir, é biblística
Em jeito de pureza de autocromia
A matéria está sempre fora da mística
Provocará gestos de mordomia
Anjos envolvem mistério, a preconizar encíclica
Angélica anatomia!

Daniel Costa

 

terça-feira, 24 de março de 2015

POEMA AMORES DE MAIO


 
AMORES DE MAIO


Começam num ensaio
Flores campestres
Amores de Maio
Jardins silvestres
Tento domar um garraio
 Primaveras ilustres
Que me fazem aio
De habitações lacustres
Onde me sinto catraio,
Entre extraterrestres
Na imaginação - Lacaio
Vivência de mestres
Terna sujeição de sipaio
Desígnios pedestres
Programo sem desmaio
Desejos rupestres
Luar belo como gaio
Contraluzes terrestres
Amores de Maio
Vontades de burgomestres!
Daniel Costa


quinta-feira, 19 de março de 2015

POEMA OS DEUSES ENLOUQUECERAM


OS DEUSES ENLOUQUECERAM
 
Invocados, jamais compareceram
Desejados, que lhes importa!
Os deuses enlouqueceram
Será o silêncio que os conforta?
Seduzem e a bel-prazer; imperam
 A humanidade os suporta
Nas suas riquezas prosperam
Povo… Povo fica alerta!...
Sempre imposto deliberam
Ao senado dos deuses nada enfarta
As riquezas, a vilania e a tirania erigiram
Como a humanidade não os descarta!
A esses seres que surgiram
A sua audácia, valores aparta
Senhores, dizei onde intervieram?
Se mostrem, para um alerta:
- Venham observar o que teceram,
Mundos que, o mundo já não suporta!
Os deuses enlouqueceram
Desçam à terra, o poeta os exorta!

Daniel Costa

sexta-feira, 13 de março de 2015

POEMA FIM DA PICADA




Foto do meu arquivo - Aqui iam os oito cadáveres em carrada, eu fui elemento nomeado para a escolta, até à povoação de Mucondo, onde os ditos ficaram sepultados. O poema parte de casos reais que vivi na Guerra Colonial (1962 /1964). ESPECIFIDADOS NO MEU LIVRO "AMOR NA GUERRA).


FIM DA PICADA 


Nunca foi debandada
Eu-poeta; destaco
Fim da picada
Duas foram grande buraco
Em guerra declarada
A primeira com fim, no deus Baco
Chuva, em picada inclinada
Era a guerra, que saco!
Outra foi fim de oito, uma carroçada!
Cadáveres em progressão, lento ábaco
Mais chuva na madrugada
Da Guerra Colonial, o opaco
Motivação irada
Tirania de certo signo do zodíaco
Sempre a intensa chuvada,
Clima tropical velhaco
Fim da picada
Horizontes impróprios de piromaníaco,
Fim de oito, fim da picada!


Daniel Costa


 

terça-feira, 10 de março de 2015

POEMA CULTURA DOS CARETOS

 



CULTURA DOS CARETOS
 
Não se encontram bulas nem decretos
Em Portugal, onde habitaram celtas
Implantaram a cultura dos caretos
Figuras de máscaras esbeltas
Vestes garridas e outros objetos
Tradições; as marcas mais expostas
Cidade de Bragança ou trajetos
Prodence, é bastante das suas ribaltas
         Cultura folclórica nos triângulos e catetos
A força das tradições em terras altas
Carnaval, interregno de projetos
Glamour de garinas esbeltas
Vestes e chocalhos, mexidos e irrequietos
Pilastras e pilares de patronos de artistas
Sonetos de poetas assaz afetos
Como é belo pisar os palcos, ter as vistas
Imaginar ali, as vivências dos caretos
 Prodence, da magia dos celtas, para turistas
Carmen Miranda; usaria os dialetos
Ela, por perto nasceu, em regiões afetas
Cultura dos caretos
Grandeza e coloridas festas! 
Daniel Costa
 

sexta-feira, 6 de março de 2015

POEMA COLECIONANDO ILUSÕES



 
COLECIONANDO ILUSÕES


Óperas nas várias versões
Olhando decotes generosos
Colecionando ilusões
Olhares operosos
 Deliciosas conclusões
 Deveras maneirosos
 Ideadores de difusões
Carácter de venturosos
Colecionar de tudo, mais ilusões
Em mundos generosos
Decotes de variadas versões
Catálogos de suspirosos
Pensamentos em ascensões
Meditares honrosos
Reuniões em sessões
Espirituais, airosos
Colecionando ilusões
Óticas de transmissões!


Daniel Costa

terça-feira, 3 de março de 2015

POEMA DIVINA ARTE DE IMPRIMISSÃO


 

DIVINA ARTE DE IMPRIMISSÃO

Futura e eterna, previsão,
Veio da Alemanha, de Mogúncia
Divina arte de imprimissão
Que no mundo, para sempre, terá influência
Caracteres móveis, a dar expressão
Johannes Gutenberg com eficiência,
Inventou como se fora missão
Resultou um novo mundo de clarividência
Então; as artes gráficas ficaram profissão
Olhai, mesmo no mundo moderno em evidência,
Eis o que resultou do gesto do alemão,
Da variada convergência
Depois dos caracteres, a readmissão
 A necessidade de muitas cópias providência,
Foi o princípio, depois a eterna sucessão
Para sempre, se criou a pendência
Para melhor afirmar… A ilustração
No caminho, infinita saliência,
Passando pela televisão,
Temos agora a Internet, por excelência
Tudo se baseia, saiba então:
- Tudo partiu de Gutenberg, da sua eloquência,
Da sua, divina arte de imprimissão!

Daniel Costa