terça-feira, 26 de junho de 2012

MADRUGADAS DE LISBOA


MADRUGADAS
DE LISBOA

A vida para ser aventura
É autêntico e íntimo segredo
Segredo e aventura, que perdura
Anos sessenta
Do campo não ficou saudade
Em Lisboa desembarquei
Iniciava a fazer parte da cidade
Aventura com que sempre sonhei
Nas Portas de Santo Antão comecei
Como aprendiz então
Vais à Avenida da Liberdade:
Ordenou o patrão!...
Liberdade, queria,
Onde ficava a Avenida, não sabia
Depressa disse:
Absorveste rápido o que ensinei
Aprendeste, é assim a vida!
Ficas com a chave
Vais trabalhar na “Ginjinha Avenida”
Junto ao Parque Mayer
Mesmo edifício do “Café Lisboa”
Folgas, na semana, um dia
O mesmo que te reservei
Mais, cem paus acrescentarei
Para folgares e entrar
Às dez da noite de Quarta
Fechas às duas do dia seguinte
Regressava, feliz Avenida abaixo
Depois Rua do Benformoso
Passava o chafariz
A seguir
A íngreme Calçada do Monte subia
Largo da Graça e Rua de Santo António
Travessa da Bela Vista, onde vivia
Perto das cinco do outro dia
Por vezes, a porta abria
Na madrugada, a Avenida descia
Nos Restauradores
Trabalhadoras nocturnas de esquinas
Viam-me como se fora freguês indigente
Encontrava-as bamboleantes, traquinas
Ignoravam-me, de repente
Porém, deviam conhecer-me
Ora as meninas!...

Daniel Costa

1 comentário:

  1. OI DANIEL!
    LEGAL TEU TEXTO.
    UMA HISTÓRIA TODA CONTADA RAPIDAMENTE, TALVEZ A VIDA DE ALGUÉM...OU DE MUITOS.
    ABRÇS

    zilanicelia.blogspot.com.br/
    Click AQUI

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