quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

POEMA FORAM AS COBRAS


FORAM AS COBRAS

Começaram no fanfarrão as manobras
Era no ano cinquenta e três
Havia em hibernação muitas cobras
Não há enganos, ia pelos doze anos apenas
Na arroteia do terreno onde definhava já o velho caniçal
Os ninhos, a hibernação as cenas
Nessa tenra idade já não brincava no quintal
Então conheci o entretenimento
De começar a encontrar as bichas enroladas inteiras
Com a inchada as cortava a meio
As bichas fraccionadas remexiam de várias maneiras
Começaram a aparecer muitas como que a amedrontar
Rapazola, como era
Mais me entretinha a fraccionar
A brincadeira deu em ser tanta
No fim as enterrava aos pedaços a cavar
Resultou, parece ter ficado uma alma de víbora
Que por vezes aparece
É benéfica, marca o tempo como se fora clepsidra
Parece querer desejar mal
Na minha mente, de repente parece uma hidra
Mais víboras e hidras virão
Vejam meu rosto de ralado
É fadário de quem olha para esses monstros com desdém
Que apareça, acaba por deixar sorte
Volte e apareça quando lhe convém
Não lhe desejo a morte, não
Antes a sorte, a tranquilidade que fica também

Daniel Costa


Sem comentários:

Enviar um comentário